Um parasita parasitava em cima de um conjunto de parasitas. A dada altura, parou e disse:
“E se em vez de parasitar, começasse a pensar em deixar de parasitar?”
Nesse momento, fez-se luz sobre a cabeça do parasita! Alguém ligara um holofote em forma de elefante junto ao parasita. Este, sentindo-se ameaçado, colocou um engenho explosivo numa estação de tratamento de águas residuais.
A tragédia foi inevitável. Durante anos a cidade ficou com um cheiro nauseabundo. Felizmente, o derrame ocorrido na refinaria anulou o cheiro anterior.
Os peixinhos não gostaram, mas os bacalhaus ficaram salvaguardados.
Chegada a noite de consoada, no prato do parasita, a posta de bacalhau começou a falar com ele.
Perguntou-lhe:
“Se eu fosse um borrego, comias-me com a mesma vontade?”
“Sim! Claro que te comia com vontade!”, respondeu o parasita.
Neste momento, a prima gorda do parasita começou a interpretar mal as coisas.
Acabaram ambos a noite a comer borrego. O coitado do borrego é que não gostou.
Ninguém lhe perguntou porque não tinha gostado, mas se alguém o tivesse feito, a resposta teria sido algo vaga.
Com toda esta situação, a passagem de ano deveria ser o caos.
A cidade estava em polvorosa, já que o parasita tinha começado a divulgar a sua intenção em deixar de parasitar às 0 horas do dia 1 de Janeiro. Toda a estrutura estava a abanar.
Os padres reuniram-se de imediato, e para se acalmarem, decidiram ir a um infantário.
Chegados lá, os jovens petizes tinham tomado de assalto o quarteirão. Foi decretado um cessar-fogo imediato, o que causou revolta entre a Polícia e o Exército.
O Ministro que tutelava as forças da ordem, deixou de as tutelar nesse momento. Mudou de ramo, e juntou-se ao parasita.
O parasita nessa altura revelou-lhe que queria ser um para-que-dista.
“Para quê?”, perguntou-lhe o antigo ministro.
Enquanto acabava a pergunta, começou a chover. A culpa não se sabe bem de quem era, mas era preciso arranjar um Bode Expiatório.
Carlos era o candidato ideal. Bode de nascença, Expiatório por vocação.
Carlos foi então encontrado morto no seu apartamento, com uma caixa de comprimidos cheia junto a si. Ao que parece, deu um tiro na cabeça.
Não existe uma versão oficial, mas o antigo ministro nessa altura reassumiu o seu posto.
O Primeiro-Ministro decreta 5 dias de luto oficial pela morte do bode. Os padres protestam, mas são gentilmente abatidos pelas crianças do infantário.
São cremados, e lançados juntamente com confettis no ensaio geral da passagem de ano.
O Igreja é abolida e as beatas limpas dos cinzeiros.
As antigas igrejas são transformadas em casas de injecção assistida, e os mosteiros catedrais e bancos de jardim, transformados em lojas de gelados derretidos.
A revolta instala-se, e acaba por desaparecer.
Nesta altura alguém pergunta, “Onde está o parasita?”
Como quem pergunta não falava a língua correctamente, percebe-se “Quando é que vamos à praia?”
“Em Outubro!”, respondem em coro todos os outros.
Nesta fase o parasita decide aparecer.
Ao aparecer diz, “Que raio de estupidez é esta?!?”
O bacalhau continua à procura da resposta.
1 comentário:
Fogo... supremo
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