segunda-feira, janeiro 24, 2005

Baltasar, baltasar...

A rua desce. Desce e à medida que descemos parece que não tem fim. Numa curva apertada à direita está situada uma casa, uma bela casa. Pintada de transparente, pintada da cor invisível. Melhor ainda, pintada de estrada.
Por isso, quem desce, têm a tendência de ir em frente, de encontro à casa. A curva é tão apertada que só a vimos depois de estar mesmo lá.

Milhares de pessoas já foram contra a casa. Acontece de tudo. Braços partidos, narizes a sangrar. Não há nada de mais grave porque é proibido o trânsito automóvel.
“Proibido o trânsito automóvel, excepto carros transparentes ou invisíveis.

A casa não tem porta.
Melhor ainda, a casa não existe. Se existisse o senhorio já tinha pintado a casa de cor que não aquela.

Já avisado antecipadamente por Baltasar, amigo do meu avô, fui com alguma prudência. Vi a curva apertada, vi a continuação da estrada. Estiquei o braço mas não senti nada. Dei mais um passo e estiquei o braço. Nada!

Como acreditei numa história destas…

Continuei o meu caminho…

Fui tão ingénuo!

Porém, algo de estranho se passava. À medida que ia caminhando vi que não era acompanhado pelas outras pessoas.
Ouvia gritos e exclamações de espanto. As pessoas incrédulas não acreditavam no que lhes acontecia. Ficaram todas para trás, doridas.

Como era possível?

Sorri e continuei a minha vida.

Baltasar, Baltasar…

1 comentário:

xp disse...

Eu também já passei nessa estrada.

Visitas aqui ao cú mulo da parvoíce a partir de 11/09/2007 porque perdi o outro antigo

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