sábado, dezembro 22, 2007

Marco Paulo Salva o Natal

Naquele ano o Natal parecia diferente. Todas as pessoas tinham-se esquecido que o Natal era celebrado. Assim, as lojas não se encontravam enfeitadas, não havia luzes de Natal, ninguém tinha recebido o Subsidio de Natal, os estudantes não tiveram férias de Natal, as televisões esqueceram-se de gravar as músicas de Natal, enfim, nada fazia prever que o Natal iria ser celebrado naquele ano.

Nas ruas, as pessoas estavam despreocupadas. Libertas do stress de terem de oferecer prendas às outras pessoas, passeavam descontraidamente.

Ninguém sentia falta do Natal.

Chegada a semana antes do Natal, tudo continuava bem.

Nisto, pela manhã, apareceu o Marco Paulo no Hospital de Santa Maria.

“Bom Dia! Então o que deseja?”
“Não me está a conhecer… Ahh… Maldito cancro que me tirou a imagem de marca… Sou eu! O Marco Paulo! O cantor!”
“Ahhh!!! Sr. Marco Paulo! Então como tem passado? O cancro voltou a pregar-nos uma partida?”
“Não! Nada disso! Vim para a actuação após o Telejornal.”
“Qual actuação? Não sei de nada…”
“ O Natal dos Hospitais!”
“O Natal dos Hospitais?!?!?! Que é isso?!”
“Todos os anos, pelo Natal, os artistas vão a um hospital para cantarem.”
“O Natal!!! Esqueci-me completamente!!! Vou já avisar o meu Director!”

E assim foi. Começou-se a espalhar a notícia sobre o Natal, sobre a necessidade de celebrar o Natal. Nessa noite, reuniu-se o Conselho de Estado, e todas as altas figuras do país. Reuniram-se inclusive os embaixadores dos países com representação em Portugal.

Todos eles confirmaram que nos seus países tudo estava a postos para a celebração no Natal dentro de dias.

“Bolas! Estamos atrasados mais uma vez!”-Grunhiu um Secretário de Estado.

O Primeiro-Ministro começa a engendrar um plano para pedir um subsidio especial à União Europeia, e declara o Estado de Emergência.

“Se pedirmos um subsidio, sei lá, de muito dinheiro, pode ser que consigamos comprar os Pais Natal, as Estrelas, os presépios, os enfeites de Natal, o bacalhau…Oh Meu Deus! Como estamos nós de Bacalhau este ano?”

“Sr. Primeiro Ministro, as reservas estão muito, muito baixas… Ainda esta semana fui almoçar à tasca da esquina, e tive de comer grão com atum…”

“Que vamos nós fazer?!”

“Podemos fazer um comunicado ao país, dizemos que o governo anterior e a oposição são responsáveis pelo consumo desmesurado de bacalhau, pelo que agora não há reservas suficientes. Que acha?”

“Ou então podemos invadir a Noruega. Fazemos uma operação relâmpago, a que daremos o nome de… ‘Operação Relâmpago para Salvar o Natal’. É mesmo isso!”

E assim foi. No dia seguinte, os nossos homens mais bravos foram nomeados para a missão do século.

Todos os outros ficaram pelo país a tratar de tudo o resto.

Chegados à Noruega, lá conseguem capturar todo o bacalhau disponível, e trazem-no para Portugal.

São recebidos como heróis, e quando chegam, reparam que já tudo estava diferente. Já havia enfeites de Natal, luzinhas, e as caras das pessoas já reflectiam o pânico que tinham pelo aproximar do Natal.

Dia 24, às 17horas, já tudo estava a prontos para celebrar o Natal.
No Hospital de Santa Maria, a recepcionista chama o Marco Paulo, e informa-o que vai actuar imediatamente antes do Tony Carreira. Marco Paulo fica revoltado, argumenta que todos os anos é ele que fecha o Natal dos Hospitais. A recepcionista diz-lhe que não podia fazer nada, e diz-lhe que quem domina agora o coração da maior parte das operárias fabris é o Tony. Nisto, Marco Paulo, vira-se e solta um desabafo:

“F*da-se para o Natal!”

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Visitas aqui ao cú mulo da parvoíce a partir de 11/09/2007 porque perdi o outro antigo

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