Vamos colocar o capacete e aguardar. Damos para todos. Somos dois. Éramos três, mas agora somos dois. Dois vivos, três corpos.
Acendo mais um cigarro. Mas tu estás mais impaciente que eu. Fuma este que é o último.
Na rocha mais bela que encontramos nesta planície sentamo-nos. No chão destas escadas de pedra.
Representas a paz e a liberdade. Represento a resistência.
Somos dois. Eles são alguns… milhares.
Como se fosse o meu último dia. Que pensamento tão pessimista.
Com o “ar mais pacífico do mundo” preparo a minha arma. Limpo e aponto. São tão pequenos ao longe.
Mas nunca conseguirão levar o meu tesouro. E tu estás a ajudar-me… como te agradeço.
Aponto bem certeiro. A tua cara de quem pensa: “tanto que passamos até aqui para isto?!”
Companheiro… ainda vi uma lágrima sair do teu olho direito. Alergia ao pó, decerto.
Por debaixo do queixo primo o gatilho. Não tinha balas. Mas como amigo que és dás uma ajuda.
Só havia uma bala e gastaste-a comigo… eternamente agradecido!
Avô kimera
1 comentário:
Um texto Kimeriano, do melhor que Kimera consegue!
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