quarta-feira, novembro 24, 2004

Hoje foi o dia em que perdi a vida

Eram 00h30m. A noite era bela e a lua era nova.
Enquanto falava com alguém que não sei precisar, tiraram-me a vida.
Nesta noite, simples e anormal, sem a azáfama que é comum às noites Lisboetas, tiraram-me a vida uma única vez.

Como comum mortal que era, falava com comuns mortais que são.
Sem dar conta, sem nenhum aviso prévio, ou qualquer sinal que me indicasse o que fosse acontecer, apareceram os imortais que são, os homens da noite, vestidos do que eles vestem. Eram três, dois homens e uma mulher. A mulher tinha algo muito peculiar. Ao seu ombro passeava-se, algo timidamente e sem querer dar nas vistas e sinais de superioridade, (se calhar não era imortal, nunca o saberei) um belo corvo de bico amarelo.
Não pararam. Ao passarem por mim, lançaram-me um olhar penetrante e pungente e de um ápice senti que me tiraram a vida.

A noite correu normalmente, o tempo não se alterou, os carros não pararam, os copos não se esvaziaram. O mundo continuava igual enquanto eu perdia a vida.

… sou tão insignificante!

Avô Kimera

3 comentários:

Starglix disse...

Gosto do avó kimera..! :) Mas nós somos realmente insignificantes, e o pior é que só nos apercebemos disso em situações muito peculiares.. como a "mulher que lhe tirou a vida"...!

xp disse...

Somos insignificantes para o todo. Não o somos para algumas partes.

Miriam Luz disse...

Bom, tenho vindo cá espreitar todos os dias mas não tenho tido tempo para comentar...!
Gosto muito do que por aqui vão escrevendo. O grupo secreto que publicita a sua actividade nas mesas da FEUNL tem dado bons frutos! lol
Quanto à tua primeira pergunta BronkX: é óbvio que não me considero poeta, senão tinha o meu nome na capa de um livro numa montra da Bulhosa... lol Gosto de escrever e isso basta-me.
Quanto à segunda pergunta, onde escrevo: é-me indiferente. Tenho, claro, alguns sítios que me agradam, mas isso não significa que me inspirem. Penso que era mais por aí que querias ir, certo? Normalmente inspiro-me em pessoas... escrevo sempre para alguém, que é o "tu" dos meus sonetos. E o "eu" sou eu! =p Acredito que as metáforas que uso não sejam claras para quem as lê mas, sinceramente, raramente me preocupo com isso quando escrevo...
Hum... Em relação a dizer-te quem sou... tens que me dizer primeiro quem és tu e o teu grupinho secreto! lol (Mas olha que já ando a investigar...! =p)
Quanto a ti XP, aquele "Vemo-nos pela faculdade" foi engraçadito... ;) Obrigada pelo teu comentário! :)
Qualquer dia pensamos nisso.

Porque afinal...
"O mundo continuava igual enquanto eu perdia a vida"

Beijo, Litostive*

Visitas aqui ao cú mulo da parvoíce a partir de 11/09/2007 porque perdi o outro antigo

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