domingo, outubro 24, 2004

Portugal não é um país democrático!

Bom Dia,

Portugal não é um país democrático! Esta é uma afirmação polémica, mas mesmo assim, tenho coragem suficiente para afirmar, a plenos pulmões, que vivemos numa Ditadura! Mas desenganem-se aqueles que pensam que vivemos numa ditadura convencional, do tipo Fascista ou do Proletariado. Antes fosse... É que se assim fosse, já saberíamos como lutar pela liberdade. Mas não... Vivemos numa ditadura, e, sendo eu pertencente a uma minoria perseguida pelo regime autoritário, sinto que tenho de fazer algo por nós!

A ditadura em que vivemos ficará para a história conhecida como a “Ditadura do 1,75m”! Eu, que sou ligeiramente mais alto, sou perseguido! Parece mentira, mas são vários os exemplos que atestam este facto.

Por exemplo, quantas e quantas vezes é que eu, ao andar num autocarro tenho de sacrificar uma parte do meu corpo? Ou decido que vou sentado, e aí são os joelhos que ficam esmagados contra o banco da frente, ou então vou em pé, e aí é a cabeça que sofre com aquelas pegas que estão sempre a abanar, e invariavelmente a embater na minha cabeça?
E no Metro? Bem, aí também não é fácil... Está sempre cheio, como tal vou em pé. Mas é muito instável, então tenho de me segurar. Tenho duas opções: ou agarro-me às pegas fixas (estas não abanam, o que é muito bom!) com os ombros, o que não se afigura tarefa fácil, ou então agarro-me aos varões, o que também está fora de hipótese dado que me fazem lembrar os bares de strip. Isto para não falar das inúmeras vezes que bati com a cabeça ao entrar. Claro que nestas ocasiões há sempre um membro anti-democrático (leia-se, com 1,75m ou menos) que acha imensa piada, mas ao mesmo tempo sente-se mal, e sempre que olho para ele, tem a gentileza de se rir para dentro, ou de tapar o sorriso e olhar para outro lado...

Claro que posso sempre ir de carro. É verdade. Mas já experimentaram conduzir com o joelho direito preso entre o volante e o rádio? Requer alguma perícia... Os fabricantes de automóveis bem que podiam fazer os carros um pouco maiores. Isto, já para não falar do facto de se amputar sempre o lugar atrás do condutor. E os parque de estacionamento? Têm os lugares adequados à maioria no poder, como tal, eu, sempre que estaciono entre dois carros, ao sair tenho de fazer um pouco de ginástica...

Então e quando quero ir ao cinema, e bato com os joelhos na cadeira da frente, e mesmo assim tenho de estar todo esticado, a levar com pipocas na cabeça do puto de 8 anos sentado na fila de trás, ao mesmo tempo que berra que não consegue ver o filme?

Então e quando vou às compras, e quero comprar uma camisola, cujas mangas mal passam os cotovelos? Esta situação torna-se particularmente desagradável no Inverno...

Então e quando começa a chover? Para além de sermos os primeiros a sentir a chuva, as pessoas que nos arranjam boleia nunca conseguem esticar o braço! E nessas ocasiões, temos duas opções: ou vamos à chuva, e inventamos uma desculpa do tipo, “O meu médico disse-me para me constipar já, para evitar males maiores no futuro”, ou então vamos com as costas tortas, a molhar todo o corpo, menos a cabeça!!

Então e quando...?

Então e quando...?

Então e quando...?

Então e quando...?



São inúmeros os casos... A repressão é tanta, que alguns de nós tentam uma integração na vossa sociedade, e se transformam em corcundas. Por isso, o caminho lógico será o que os povos do norte da Europa tomaram, e adaptar toda a nossa sociedade!
Eu não sinto que seja muito grande para a sociedade em que vivo, apenas sinto que a sociedade onde vivo é muito pequena para mim.

Contra o Lobby do 1,60m, Marcha, Marchar!!

PS: Querem prova mais evidente do poder do lobby do 1,60m do que a existência do Portugal dos Pequeninos?! Para quando um Portugal dos Grandes?


Por hoje fico por aqui, sendo certo que voltarei... (não sei é quantas mais vezes...)

Atenciosamente,
Com 1Xis e 2H’s

1 comentário:

Luís disse...

Eu tenho 1.83m, mesmo assim menos que tu. por isso não sinto tanto algumas coisas. mas ter que estar encolhido no cinema e autocarro é frequente.

Vamos Fazer uma revolução já

"Eu não sinto que seja muito grande para a sociedade em que vivo, apenas sinto que a sociedade onde vivo é muito pequena para mim."

Tal e qual como me sinto, em termos fisicos e intelectuais

Visitas aqui ao cú mulo da parvoíce a partir de 11/09/2007 porque perdi o outro antigo

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