O meu quarto está nu, sem cama sem nada.
Depois de uma noite de borga, chego já alterado e sento-me no chão. Encostado a um canto, puxo uma manta velha e começo a pensar.
Faço um charro e encosto-o ao meu lado.
Costumo fumar mas agora não me sinto tentado. Penso porque razão fui eu sair hoje, porque não fiquei em casa.
Vejo o tecto a girar a mil à hora.
Vêm-me as lágrimas aos olhos, uma após outra, não consigo parar. Penso em tudo o que ficou para trás e o que me espera no futuro.
Hoje sei que não vou fumar, também sei que vai ser difícil dormir. Mas amanha vou ter que acordar cedo.
Espera-me um dia de agonia, mil e um de tristezas, a vida com um espaço que estava preenchido e que agora nunca encontrará substituto.
A morte é a coisa mais fodida do mundo. Até ao dia nunca pensamos em nada, nunca dizemos o quanto amamos a quem amamos, nunca beijamos quem nos ama. Por culpa da rotina, gestos que muito significam tornam-se insignificantes. Passam dias após dias e lidamos com as pessoas com a ligeireza que nos caracteriza.
Uma pessoa é só uma pessoa…
… mas o sofrimento nunca é igual à dor que se sente pela perda dos nossos país!
1 comentário:
Gostei.. muito! Sem mais nada a dizer.. os teus textos são muito porreiros! Gosto! :)
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